BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos – 4ª Reimpressão, Editora Campus.
A obra inicia com um
questionamento que visa á saber o sentido do problema acerca do fundamento
absoluto dos direitos do homem. O autor afirma que o problema é diferente
conforme se trate de buscar o fundamento de um direito que se tem ou de um direito
que se gostaria de ter. No primeiro caso, é averiguado se há uma norma
válida que o reconheça e qual é essa norma; no segundo, estudam-se boas razões
para defender a legitimidade do direito em questão e para convencer o maior
número de pessoas a reconhecê-lo.
Posteriormente é visto que
não há possibilidade na existência de um fundamento absoluto, isso devido ao
relativismo presente nos direitos, já que são considerados diversos fatores
históricos, como a religião, a moral e a ética de um povo em uma determinada
época. Bobbio ainda acrescenta a respeito dos fundamentos e da Declaração
Universal dos Direitos do Homem: “Além de mal definível e variável, a classe
dos direitos do homem é também heterogênea. Entre os direitos do homem
compreendidos na própria Declaração, há pretensões muito diversas entre si e, o
que é pior, até mesmo incompatível. Portanto, as razões que valem para
sustentar umas não valem para sustentar outras”.
Em se tratando dos Direitos
do Homem, o texto se posiciona claramente a favor de sua efetiva proteção, não
importando quantos e quais são esses direitos, ou mesmo sua natureza, seu
fundamento, ou se são direitos naturais ou históricos, absolutos ou relativos.
É observado que a Declaração Universal contém a síntese de um movimento
dialético, que começa pela universalidade abstrata dos direitos naturais,
transfigura-se na particularidade concreta dos direitos positivos, e termina na
universalidade não mais abstrata, e sim concreta, dos direitos positivos
universais.
O desenvolvimento dos
Direitos do Homem passou por três fases distintas. São elas: A fase dos
direitos de liberdade (todos aqueles direitos que tendem a limitar o poder do
Estado e a reservar para o indivíduo, ou para os grupos particulares, uma
esfera de liberdade), a fase dos direitos políticos (tiveram como conseqüência
a participação cada vez mais ampla, generalizada e freqüente dos membros de uma
comunidade no poder político) e finalmente a fase dos direitos sociais (que
expressam o amadurecimento de novas exigências e valores, como os de bem-estar
e igualdade).
Na segunda parte do livro, o
autor traz a Revolução Francesa, que consistiu, por cerca de dois séculos, no
modelo ideal para todos os que combateram pela própria emancipação e pela
libertação do próprio povo. Foram os princípios de 1789 que constituíram, no
bem como no mal, um ponto de referência obrigatório para os amigos e para os
inimigos da liberdade, princípios invocados pelos primeiros e execrados pelos
segundos. No que tange à Revolução Francesa, Kant se posiciona afirmando ser a
mola do progresso o conflito, e não a calmaria. Contudo, ele compreendera que
existe um limite para além do qual o antagonismo se faz demasiadamente
destrutivo, tornando-se necessário um auto-disciplinamento do conflito, que
possa chegar até a constituição de um ordenamento civil universal.
No fim de sua obra, Norberto
Bobbio, dentro do contexto primário, comenta: “A máxima concentração de poder
ocorre quando os que detêm o monopólio do poder coercitivo, no qual consiste
propriamente o poder político, detêm ao mesmo tempo o monopólio do poder
econômico e do poder ideológico”. A constitucionalização dos remédios contra o
abuso do poder ocorreu através de dois institutos típicos: o da separação dos
poderes e o da subordinação de todo poder estatal ao direito. O autor ainda faz
um longo passeio pelo tema da pena de morte, sendo esta aceita ou apedrejada
por vários nomes famosos do meio jurídico e da filosofia.
A Era dos Direitos,
através deste livro nos é apresentado fatos históricos, que foram de grande
importância para toda a humanidade, através da criação dos seus direitos, o
mais importante é que neste livro um verdadeiro baú do tesouro do direito,
contem entre seus escritos datas, locais e pessoas, também e mostrado um debate
sobre a pena de morte deixando bem claro os dois lados, o de quem é a favor e o
de quem é contra a pena de morte, isso nos leva a refletir sobre o assunto e em
seu ultimo capitulo nos vem à apresentação das razões da tolerância deixando o
leitor por dentro de tudo.
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